Deixa-te levar pelo caminho certo para que não reclames no futuro achando que o destino pregou-te uma peça.
Antonio Camposquarta-feira, 20 de janeiro de 2010
" Meus Muitos Haitis "
Sou quem
em mim não existe
mistério envolto sou
tantos e nenhum posso ser
sou perguntas sem responder
sou sol sou chuva sou vento
nos rios sou água a noite breu
na mata sou o verde em quedas
dos bichos sou o homem sou fera
toda essa natureza com certeza
quem espanta-se e também espanta
quem em mim existe e cala na garganta
o grito de pavor que ecoa pós tragédia
virando as costas sem constrangimento
olhar perdido a esmo não é comigo mesmo
dos que ficaram aqui nos meus muitos Haitis.
Antonio Campos 20/01/10.
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Antonio, meu querido amigo!
ResponderExcluirSaudades!!!
Hoje, mais sobreviventes foram encontrados. Milagres existem! Alguém ainda duvida???
Bjkas!
Grato Sônia pela presença. Sim só milagre para salvar esse povo.
ResponderExcluirÔ meu amigo, também me comove imensamente a alma tanto sofrimento junto. Um povo oprimido que deveria ser ajudado de outra maneira, e não por missões de paz que nada fizeram para amenizar a pobreza instalada. Me revolta, meu amigo ver essas astrocidades. Sabemos que tudo isso é um jogo de interesse onde os "grandes" sempre saem ganhando. Mundo desigual. Oremos.
ResponderExcluirUm beijo, meu lindo!
corrigindo: atrocidades*
ResponderExcluirOlá Jacque de fato o sofrimento é grande demais.
ResponderExcluirAntônio:
ResponderExcluirNa simplicidade e na pureza está op mérito!
António meu amigo, quanto tristeza e sofrimento, que linda esta homenagem.
ResponderExcluirSó nos resta pedir a Deus que suavize a vida dos que sobreviveram e fazer uma oração pelos que partiram. Choro sempre que vejo as noticias, queria ter o poder de por ao sofrimento, mas isso todos nós queriamos.
Um beijo de luz para ti, bom fim de semana
Rouxinol meu amigo grato por sua presença grande abraço.
ResponderExcluirMaysha de fato amigoa é triste ver tanto sofrimento.
ResponderExcluirPoeta castrado não!
ResponderExcluir"Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal -
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não! "
(Ary dos Santos)